sexta-feira, 11 de março de 2011

A Indústria Carnavalesca



A postagem de hoje é indicação do meu amigo noticiarista, Marcilio Dantas da Rádio Globo-Natal. O mesmo me enviou o link de um vídeo, que está no final do texto, sobre a verdade do carnaval na visão da jornalista Rachel Sheherazade. A mesma nos instiga a refletir sobre o pós-carnaval.

Antes de tudo, precisamos aplaudir a coragem da jornalista, a mesma disse o que muitos na mídia omitem, pois os meios de comunicação faturam muito dinheiro nesta época.

O carnaval deixou de ser uma festa popular para ser uma indústria milionária, embora ainda tenha algumas opções de festas gratuitas, os chamados carnavais de rua, mas o que ganha destaque, são os que geram lucros, é por esta razão que a mídia não orienta a população a pensar no outro lado do carnaval. Quando ele acaba é que suas conseqüências vêem à tona.

Se pararmos para refletir como nos propôs Rachel; são muitas as conseqüências causadas com o feriado como: A gravidez indesejada e o pior; aumento de infectados com doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), aí você me diz: “Transa quem quer.”, e isso é fato; mas o sexo no período do carnaval se tornou algo tão “normal” em nosso país, a ponto do governo ter que investir na conscientização da população, distribuindo “camisinha” e divulgando a campanha nos meios de comunicação gastando milhões do nosso dinheiro.

A jornalista também nos instiga a refletir sobre mais uma verdade do carnaval, o quanto neste período as ruas estão cheias de polícia, mas isso, com certeza, é para garantir a segurança do turista, para que este não tenha uma má impressão do local onde foi ‘pular o carnaval’ e assim possa voltar no próximo ano, enquanto no restante dos meses, essa polícia ‘se esconde’ da população que precisa ser protegida por ela.

Diante de tantos negócios, a festa que deveria ser popular, vira a festa de quem pode pagar, sim, pois os abadás não são tão baratos, a entrada para assistir os desfiles das escolas de samba, tanto no Rio quanto em São Paulo, também são caros, o que acaba por distinguir o público que participará da tal festa, portanto, só participa quem paga.

Prova de que o carnaval, atualmente, é uma festa rentável, são os cachês que muitos “artistas” recebem para comparecer nos camarotes e assim conquistar mais freqüentadores, as brigas das mulheres siliconadas na disputa para serem escolhidas como rainha de bateria nas escolas de samba, os contratos milionários de muitos outros artistas para fazerem comerciais de cerveja, rasparem a barba, mas, enfim, não estou aqui condenando estas pessoas, apenas exemplificando o quanto o negócio fatura.

Aí você me diz: “A mídia poderia “educar” a população, mostrando os resultados negativos de tamanha festa.” Mas não espere isto deles, pois os mesmos também estão preocupados em ganhar dinheiro, em ganhar a ‘briga’ pela audiência, o furo de reportagem para a capa de revista com o novo affair de alguém e tantas outras coisas que francamente, creio que muitos que trabalham com isso nem gostariam de fazer, mas, ossos do oficio.

O Carnaval deste ano, 2011, foi o mais violento desde o ano de 2003, com 4.165 acidentes e 213 mortes, comparado a 2010, o número de mortos aumentou em 47,9%, (fonte: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/886775-carnaval-e-o-mais-violento-nas-estradas-desde-2003.shtml), além da situação de nossas estradas, estes números resultam das imprudências de motoristas embriagados, embora estas inconveniências aconteçam também além do carnaval.

Como o ano começa agora, pois muitas coisas em nosso País só passam a funcionar depois do carnaval, podemos ter a esperança de que a situação melhore para o próximo ano, para isto, a população precisa estar mais consciente de seus atos, suas obrigações e deveres.

Não estou aqui dizendo que brincar o carnaval seja certo ou errado, mas apenas tentando mostrar o quanto este modificou com o passar do tempo, o objetivo mudou e torço para que a festa popular seja de direito da população como um todo, pois ainda existem carnavais democráticos, que dão chance a pobres e ricos se divertirem.

Abaixo segue o link da jornalista mencionado acima:

youtube.com/watch?v=xY2BSJ6Xttg&feature=related

E você, o que pensa sobre a Indústria Carnavalesca?

2 comentários:

  1. Olá. Bem eu como uma carnvalesca (confesso) vou ser bem sincera, quando se fala em carnval e carnatal sempre escuta-se aquela balela 'é uma festa popular', 'é Brasil' e o auge a hipocrisia 'é cultura´, gente vejo de tudo no carnaval menos cultura. Jú adorei seu poste por alerta justamente isso, carnaval deixou a muito tempo de ser uma comemoração aberta e cultural para se tornar uma industria restrita a alguns, e esse alguns tem objetivos bem claros e distantes de celebrar a cultura, beber, ficar e aloprar.

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  2. Como não suporto carnaval,prefiro não opinar...

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