quinta-feira, 25 de outubro de 2012

A Tal Felicidade




Depois de morar dez anos em Natal-RN, decidi retornar para São Paulo. Praticamente um mês depois de ter voltado, encontrei um amigo durante a Virada Cultural de 2011, evento gratuito promovido pela Secretaria Municipal de Cultura. Imagine você encontrar uma pessoa que não vê há alguns anos num evento movimentado como este. Mas como creio que nada seja por acaso, aquele encontro também não foi.
     Reconheci meu amigo, Vitor Santhiago, de longe, fui até lá e a surpresa foi mútua, comentei com ele que havia voltado para Sampa e ele me perguntou: “E aí, você está feliz?”, imediatamente o respondi: “Sim.” Mas aquele ‘sim’ para mim, foi muito artificial, já que me fez pensar sobre a pergunta e principalmente sobre a resposta que dei, confesso que refleti muito sobre o assunto, para ser exata, passei um ano pensando sobre isso.
     Para mim, tinha encontrado a felicidade,  considerava-me tranquila e sentia meus cabelos ao vento.  Isso, para mim, era o reflexo da felicidade, andava pelas ruas ‘iludida’ sobre a tal felicidade que eu havia descoberto, andava ‘feliz’ pelas ruas...
    Até que conheci um lugar chamado Centro de Estudos da Consciência (CEC), uma associação sem fins lucrativos que tem o objetivo de promover o desenvolvimento evolutivo individual, por meio de palestras, cursos, vivências, orientações, atendimentos na área de psicologia e psicanálise, pesquisas sobre bioenergias etc., sem vínculos com qualquer religião, filosofia ou seita. Participando das palestras, fizeram e  fazem-me  refletir e rever alguns conceitos que já criei. Comecei a repensar sobre a felicidade, descobri que esta é muito mais do que simplesmente cabelos aos ventos.
     Neste momento, percebo que menti para meu amigo, e principalmente para mim mesma, o que é pior, tive a imensa necessidade de procurá-lo, mesmo que virtualmente e dividir tal descoberta: Olá Vitão, tudo bem? Não sei se está lembrado, mas ano passado, quando nos encontramos na Virada Cultural, eu recém-chegada de Natal, você me perguntou se eu estava feliz, na ocasião, disse que sim, mas na boa, essa pergunta é tão complexa e instigante, que percebi, depois de um ano, sim, pois eu pensei muito sobre aquilo, fiquei buscando a felicidade, e  dei-me  conta do quanto eu menti, menti pra mim mesma e consequentemente para você. Hoje, um ano depois, posso dizer –lhe com maior certeza, e muito consciente, de que estou feliz, não tem noção do quanto voltar as origens fez –me muito bem.
Quero mesmo é agradecer-lhe por ter me feito uma pergunta tão simples que fez refletir por um ano sobre a resposta.”
Vitor: Imagino como isso tenha repercutido em você, por que um dia me fizeram essa pergunta e mexeu muito comigo. Na ocasião em que me perguntaram isso, muitas coisas mudaram, hoje em dia costumo perguntar isso as pessoas e vejo inúmeras respostas boas, ruins, duvidosas e outras bem diferentes. Eu acredito que a felicidade é um estado de espirito e a felicidade faz parte de algum momento da vida. Hoje estou feliz e as coisas se encaminham para uma maior felicidade, espero que você encontre a felicidade dentro de você e que ela seja contemplada nas pequenas coisas.
Repasse a felicidade e o bem, isso fará as coisas andarem de uma maneira  linda e leve.
Você esta feliz?”
Eu: “Exatamente o que tenho feito, estou frequentando um lugar que me faz buscar a felicidade em mim mesma, e é por isso que te digo estar bem mais feliz hoje do que há um ano...
E é assim mesmo, tudo vem da energia, se estamos felizes, conseguimos encaminhar as coisas para onde desejamos. Permanecermos felizes e atingirmos nossos maiores objetivos.
Creio que estamos nessa vida para melhorarmos cada vez mais, é um percurso muito longo e difícil, mas necessário para nossa evolução, sei que no final, ou mesmo durante o caminho, perceberemos o quanto mudamos e  tornamo-nos fortes, conhecimento traz isso, né?
Realmente sua pergunta foi transformadora, se funcionou com você e comigo, creio que devamos permanecer perguntando para as pessoas, creio que isso já é fazer o bem, às vezes esquecemos de nós mesmos para vivermos relações superficiais com o objetivo de sermos aceitos...
Leve, é exatamente como me sinto, sempre quis atingir tal leveza, mas nunca soube como, ou onde encontrá-la, embora também acredite que para tudo tem seu tempo, precisamos estar preparados para isso...
Respondendo sua pergunta, estou feliz sim!
E você, está feliz?
Mais uma vez agradeço sua colaboração neste momento da minha vida, saiba que nunca mais vou esquecê-lo, direi a todos que encontrei a felicidade depois de refletir sobre sua pergunta.
Beijos e seja feliz, sempre!!!!”

Em junho deste ano, 2012, estava dividindo essas informações com meu querido amigo Vitor, e em outubro, enquanto leio o livro de uma das coordenadoras do CEC, um trecho me inspira a falar sobre a felicidade:
“... A felicidade não depende de fatores externos. Tudo que está fora é só uma condição, o que está dentro é definitivo.
Algumas pessoas sofrem porque não cresce internamente, só se preocupam com o externo. Só se interessam pelos objetivos da vida e não pela razão de ser de nossa existência, que é evolução. Elas geralmente confundem felicidade com prazer. Não tem nada a ver uma coisa com a outra.
Prazer está na satisfação do ego (que se refere aos três chacras emocionais e depende do externo). Felicidade é um estado interior e absoluto e que pode ser conquistado.” (p. 140)
Mudar é Possível – Ser feliz: Uma escolha Autor: Fátima Alves

Como de costume, não posso esquecer de fazer minha ‘provocação’, sugerir que você aí do outro lado, reflita sobre o que escrevi, a perguntando: Você está feliz? O que tem feito por você? Quer ser feliz? Ainda dá tempo! Lembre-se, a felicidade está dentro de cada um de nós!