terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Escravidão em pleno século XXI?


Falar de escravidão nos remete aos tempos de escola, as aulas de história em que aprendemos sobre a escravidão africana, as revoltas, quilombos, navios negreiros e tantos outros aspectos que caracterizaram o período no século XVI, especificando o Brasil.

Os escravos sofreram por trabalharem sol a sol, acorrentados para não fugirem, impedidos de seguirem suas crenças, alimentação de péssima qualidade... Poucos conseguiam juntar dinheiro para se livrar desta situação tão desumana, compravam sua carta de alforria, o que lhe garantia liberdade, embora fossem discriminados pela sociedade.

Foi somente no século XIX, com a Lei Áurea, assinada pela Princesa Isabel, em 13 de maio de 1888, que a escravidão foi proibida.

Mas minha intenção não é remetê-los aos bancos de sala de aula, muito pelo contrário, ainda mais para falar de algo que todos já ouviram falar num momento da vida, então você me pergunta: o que ela pretende falando de escravidão?

Dividir com vocês uma notícia que ouvi no rádio, o Ministério do Trabalho e Emprego (TEM), através do Grupo Especial de Fiscalização Móvel, descobriu uma lista de empresas e empregadores que contrataram trabalhadores em situação de escravidão, o órgão divulgou uma lista com os nomes destes aproveitadores, conhecida como ‘Lista Suja’, atualizada, a lista consta com 220 infratores, pessoas físicas e jurídicas, estes aproveitadores serão penalizados sendo proibidos de conseguir financiamentos na Federação Brasileira de Bancos.

Um meio que Ministério da Integração Nacional encontrou para puni-los, algumas dessas terras serão identificadas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) para projetos de reforma agrária.

O objetivo com essa lista também é evitar que grandes empresas evitem a consumir produtos desta prática ilegal, isso é que nós, enquanto cidadãos poderemos fazer, evitar consumir produtos de empresas que não demonstram um pingo de respeito para com seus funcionários, pois infelizmente quando consumimos produtos de empresas ilegais, estamos contribuindo, mesmo que indiretamente, para que a mesma continue exercendo tamanha irresponsabilidade.

Estas empresas não merecem o nosso respeito e muito menos o nosso dinheiro.

Conheça a ‘Lista Suja”: http://www.mte.gov.br/trab_escravo/lista_suja.pdf

E você, o que pensa sobre a escravidão em pleno século XXI?

2 comentários:

  1. Quando se fala em escravidão no Brasil,especialmente, grande parte do material didático neglicia a possibilidade de entendê-la como prática legitimada pelos próprios escravos!Vocês sabiam que muitos escravos quando se tornavam foros, libertos, compravam outros escravos?Com essa afirmação não desejo amainar a brutalidade contra os direitos humanos que representou o processo escravagista do "lado de baixo do Equador", no dizer buarquiano.Para melhor compreensão sobre estudos da escravidão temos os trabalhos do professor Manollo Florentino, UFF, e do professor Robert Slenes, UNICAMP, bem como muitos outros ligados, principalmente as linhas de pesquisas sobre estudos da escravidão, nos programas de pós dessas universidades.Como alerta o post, o tema ganha relevância numa discussão presente. Ora, se no passado grande parte dos recursos humanos legitimavam a escravidão, hoje quem tem tido esse papel? Como anda o processo de fiscalização trabalhista? Sabemos que grande parcela, infelizmente, desses trabalhadores campesinos, são analfabetos, dominam muito pouco as linguagens comercial, trabalhista e jurista, o que em grande medida os fragiliza diante dos grandes corruptores dos direitos do trabalhador, porque não dos direitos humanos.Essa disucussão me faz lembrar que o grupo de rock Ratos de Porão apresenta um composição conhecida como expresso da escravidão na qual nos convoca para uma séria digressão:Quanto custa um homem no expresso da escravidão ? Essa pergunta ganha relevância quando sobrevive dentro de uma Nação legitimamente conhecida como democrática e republicana, res-pública, coisa pública,processos tão pífios e denegridores da cidadania.A escravidão contemporânea maltrata não só os escravizados, maltrata sobretudo a credibilidade do projeto político de um pais que se diz tão diverso, agride a possibilidade nacionalista de defender uma causa nacional.Adorei essa discussão, nos meses de novembro e dezembro trabalhei com meus alunos do 7º ano o bloco da colonização brasileira, a partir dos temas escravidão e consciência negra, nesse sentido, encontrar essa discussão corrobora a atualidade do processo histórico. Beijos continuo de olho nas postagens!

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