Recebi um texto maravilhoso de uma amiga, Mariana Alvarenga, durante uma das nossas várias conversas pelo msn falando sobre a vida e os complexos que nela encontramos e vencemos. Leia veja se você com a normose ou já se libertou desta doença:
NORMOSE
O professor Hermógenes, 86 anos, falando sobre uma palavra inventada por ele, disse que o ser humano está sofrendo de normose, a doença de ser normal. Todo mundo quer se encaixar num padrão. Só que o padrão propagado não é exatamente fácil de alcançar.
O sujeito "normal" é magro, alegre, belo, sociável, e bem-sucedido. Bebe socialmente, está de bem com a vida, não pode parecer de forma alguma que está passando por algum problema.
Quem não se "normaliza", quem não se encaixa nesses padrões, acaba adoecendo. A angústia de não ser o que os outros esperam de nós gera bulimias, depressões, síndromes do pânico e outras manifestações de não enquadramento.
A pergunta a ser feita é: quem espera o quê de nós?
Quem são esses ditadores de comportamento a quem estamos outorgando tanto poder sobre nossas vidas? Eles não existem. Nenhum João, Zé ou Ana bate à sua porta exigindo que você seja assim ou assado. Quem nos exige é uma coletividade abstrata que ganha "presença" através de modelos de comportamento amplamente divulgados. Só que não existe lei que obrigue você a ser do mesmo jeito que todos, seja lá quem for todos. Melhor se preocupar em ser você mesmo.
A normose não é brincadeira. Ela estimula a inveja, a auto-depreciação e a ânsia de querer o que não se precisa.
Você precisa de quantos pares de sapato?
Comparecer em quantas festas por mês?
Pesar quantos quilos até o verão chegar?
Frequentar terapeuta para bater papo?
Não é necessário fazer curso de nada para aprender a se desapegar de exigências fictícias. Um pouco de autoestima basta.
Pense nas pessoas que você mais admira: não são as que seguem todas as regras bovinamente, e sim, aquelas que desenvolveram personalidade própria e arcaram com os riscos de viver uma vida a seu modo.
Criaram o seu "normal" e jogaram fora a fórmula, não patentearam, não passaram adiante. O normal de cada um tem que ser original.
Não adianta querer tomar para si as ilusões e desejos dos outros. É fraude. E uma vida fraudulenta faz sofrer demais.
Eu me simpatizo cada vez mais com aqueles que lutam para remover obstáculos mentais e emocionais, e a viver de forma mais íntegra, simples e sincera. Para mim são os verdadeiros normais, porque não conseguem colocar máscaras ou simular situações. Se parecem sofrer é porque estão sofrendo. E se estão sorrindo, é porque a alma lhes é iluminada.
Por isso divulgo o alerta: a normose está doutrinando erradamente muitos homens e mulheres que poderiam, se quisessem, ser bem mais autênticos e felizes.
Ser feliz é ser você mesmo, sofrendo ou sorrindo, pois esta vida é passageira e o importante é ter emoções claras e definidas.
Acho este texto perfeito! Depois de lê-lo, passei a refleti-lo com minha amiga, e nos lembramos dos nossos complexos durante nossa adolescência, o quanto nos deixamos levar por comentário de pessoas "amigas" e que só ofendiam, na verdade eram pessoas que queriam ditar normas para nós, já que não estavámos seguindo o mesmo "mundo" adotado por eles, e isso era visto como defeitos, para eles é claro, sim, já que no decorrer dos anos tivemos a sorte de encontrar pessoas melhores na vida, pessoas que simplesmente respeitavam nosso jeito de ser, que julgamos como 'anjos' que nos ensinaram que este lance de seguir um padrão não existe e que dá pra ser feliz sem adotar determinados padrões.
Como fomos ingênuas e nos deixamos levar pelo o que a maioria dizia, mas éramos adolescentes e nesta fase muitas dúvidas ficam sem respostas e só o tempo é capaz de contestar.
E nessas horas confesso o quanto aprendi com o passar dos anos, o quanto hoje possuo maturidade para lidar com determinadas questões, a fase adulta tem lá suas vantagens, costuma dizer que não troco os meus 2? anos por 18 de ninguém, ah, envelhecer teria de ter suas vantagens! (risos)
O que achei mais interessante em todo o texto é que, as pessoas que de fato mais admiro nesta vida são pessoas que venceram seus próprios limites, realizaram seus sonhos, conquistaram alguns objetivos, alcançaram sua máxima inteligência e tantos outros aspectos positivos, tudo isso independentemente de sua forma física ou roupa da moda.
Isso tudo me faz refletir o como somos ou fomos vulneráveis a esses paradigmas criado por tanto Zé Ninguém, a parte que mais gosto do texto é quando ele diz que ninguém bate a nossa porta nos obrigando a sermos diferentes de nós mesmos.
Na verdade creio que precisamos nos reservar um pouco, nos autoavaliar e observarmos quem realmente somos, aí sim, poderemos abrir a porta para que as pessoas passem a nos admirar ou não pelo que sentimos e fazemos, e não pelo o que aparentamos ser, mesmo porque a lei da gravidade virá e toda essa matéria um dia acabará.
E você, o que pensa sobre a Normose?
Parabéns pelo post! E honestamente, eu sofro de normose, tenho uma preocupação constante com as coisas, as ideias e os ideais mais descartáveis da vida! mas como dizem... o primeiro passo para a recuperação é reconhecer.
ResponderExcluirplac plac plac! bom texto!
ResponderExcluirCaramba,amiga!Vc foi fundo hein?Eu,tenho certeza de que não tenho essa doença chamada normose e sabe porque?Porque sou feliz com tudo o que tenho e feliz do jeito que sou!Sempre lutando em busca dos meus ideais!Parabéns pelo inteligente tema!Bjs.
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